Criar uma Loja Virtual Grátis
Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Google-Translate-Portuguese to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese
ENQUETE
VC ACHA QUE AS SEITAS DEVEM SER COMBATIDAS?
SIM
NÃO
NÃO SEI
TALVEZ
Ver Resultados

Rating: 2.7/5 (1303 votos)




ONLINE
1




Partilhe esta Página

 

 

 

 fILIPENSES 1.16

 

 Seara News – Revista Cristã Online

 

 

 Notícias Cristãs

 

Programas : Rádio TV Gospel

 

 Home - CPADNews

 

 

 

smiley

 Brasil

TOTAL DE VISITAS


ARTIGOS
ARTIGOS

                                                           

 

                                                                

                                                                       GifsAnimados213.gif

                                             

                                                 O CÓDIGO DA BÍBLIA

O assunto do "Código da Bíblia" já circula há vários meses. Quase todas as grandes revistas noticiaram a "descoberta". O código foi vendido como sensação e o livro escrito a respeito tornou-se um bestseller.

O matemático israelense Eliyahu Rips e o jornalista americano Michael Drosnin estão convictos de que é possível decifrar o código da Bíblia por meio de operações matemáticas por computador. Segundo os autores, no código estariam previstos o Holocausto, a morte de Rabin, a presidência de Bill Clinton, entre outros acontecimentos.

Nesse meio tempo, porém, também se ouviram vozes pessimistas questionando ou rejeitando o código.

Vários especialistas o classificaram simplesmente como bobagem e acrobacia numérica.

A Sociedade Bíblica Alemã tomou posição em uma reportagem intitulada "Deus não fala por códigos" e conclamou a uma avaliação sóbria.

A revista "Bibel Report" afirmou que, com talento para combinar as letras de diferentes maneiras, pode-se encontrar praticamente todos os acontecimentos importantes.

O procedimento seria semelhante à leitura do destino em formas surgidas do endurecimento de chumbo derretido ou à adivinhação através da leitura da borra de café.

De acordo com a Sociedade Bíblica Alemã, é difícil acreditar que Deus tenha falado a Seu povo de forma codificada durante 3.000 anos, e que tiveram de aparecer os senhores Rips e Drosnin (que nem são crentes no sentido bíblico) para descobrir o que Ele de fato queria dizer.

Alguns crentes mencionam a passagem de Daniel 12.4 e pensam que, com o código da Bíblia, essa época agora tenha chegado: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará". 

Evidentemente essa passagem não se refere a um código bíblico secreto, mas ao aumento do conhecimento sobre aquilo que já está escrito na Bíblia.

O contexto geral de Daniel 12 leva a concluir que esta passagem trata do tempo do fim, quando mais e mais pessoas chegarão ao conhecimento da verdade em Jesus e converter-se-ão. E isto realmente está acontecendo hoje em dia.

Caso os senhores Drosnin e Rips tivessem razão, nenhum cristão que crê na Bíblia poderia lê-la sem idéias pré-concebidas.

Teríamos de esperar pelas interpretações desses ou de outros "decifradores de códigos bíblicos" para poder predizer acontecimentos futuros. Fica a impressão de que através da tese do "Código da Bíblia" a Palavra de Deus torna-se mais morta do que realmente digna de crédito. Um artigo do boletim "Topic" (12/97) dizia: revelações segundo o método do "Código da Bíblia" também acontecem fora da Bíblia.

Seguindo o método do "Código da Bíblia", o matemático australiano Brendan McKay trabalhou com o romance "Moby Dick". Ele chegou aos mesmos resultados "sensacionais" como Michael Drosnin, o autor do livro "O Código da Bíblia". McKay encontrou dados apropriados para acontecimentos como o assassinato de Indira Ghandi, de Martin Luther King, de Yitzhak Rabin e até do trágico acidente de Lady Diana. Não se deve esquecer de que no hebraico não existem vogais. Isso significa que as sílabas são ambíguas e, além disso, as palavras são mais curtas.

Dessa maneira, as chances de se encontrar codificações que fazem sentido são muito superiores do que no inglês ou em outros idiomas. Apesar disso, o romance inglês "Moby Dick" (de 1851) já "previu" todos esses acontecimentos terríveis. McKay também realizou cálculos em relação ao nome de Michael Drosnin. Bem próximo ao nome, o matemático australiano encontrou a palavra "liar" – "mentiroso", assim como algumas referências à morte do autor do livro "O Código da Bíblia".

A Bíblia é a Palavra de Deus! Nela é descrito o passado, o presente e o futuro, e o que é mais importante: a fé absolutamente necessária em Jesus Cristo. Para compreender isso não necessitamos de nenhum "Código da Bíblia" especial, mas sim do novo nascimento e da orientação do Espírito Santo. Jesus disse em João 3.3: "...se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." E em 1 Coríntios 2.10-12 lemos: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito que nele está? Assim, também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente."

Fonte: www.vivos.com.br/147.htm

       
       
       
         

  Brasil Espírito Santo   "Os vivos, somente os vivos, esses Te louvam como hoje eu o faço"  Is 38.19  
 

 

 

                                                    

 

          O ministério feminino tem embasamento bíblico?

Essa questão é uma das muitas dúvidas que pairam sobre grande parte não só dos membros, mas também da liderança da igreja evangélica contemporânea. Todavia para que possamos compreender o assunto de modo pleno e cristalino precisamos estuda-lo à luz da Bíblia com um pouco mais de atenção! Já no Antigo Testamento, não obstante a mulher viver em uma cultura extremamente machista e que a mantinha em uma posição subjulgada, todavia ela ainda assim teve notoriedade em diversos momentos da história dos Hebreus. Em primeiro lugar é necessário entender que o ministério feminino está intrinsicamente ligado ao nazireado, que no contexto bíblico é um sacerdócio emergencial. É só lembrar que Samuel era sacerdote, pertencia a tribo a tribo de Levi, mas sempre morou no território de Efraim (1 Sm 1.1; 1 Cr 6.26-28). Ou seja, ele era um sacerdote em caráter emergencial haja vista, a casa de Eli estar corrompida (1 Sm 2.27-31). Isso também acontece no Novo Testamento com João Batista, que mesmo sendo de uma família sacerdotal da tribo de Levi, ele atua no seu ministério pela porta do nazireado, visto que Anás e Caifás haviam corrompido o sacerdócio (Lc 1.5-7-cf- 7.33). É tão emergencial que os dois personagens aqui mencionados são filhos de mulheres estéreis (1 Sm 1.2; Lc 1.7). O nazireado poderia ser estabelecido por Deus antes do nascimento ou então por voto feito pela própria pessoa. Além do que tinha validade para ambos os sexos (Nm 6.1-8 cf- Jz 13.1-5). Temos também ainda no Antigo Testamento o caso de Débora que foi profetiza e juíza sobre Israel (Jz 4.4).

               O ministério feminino no Novo Testamento

Ainda sobre a questão sacerdotal no Novo Testamento o sacerdócio que está em evidência não é mais o de Levi. Pois com o advento de Jesus o sacerdócio passou a ser segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.7-12). Logo entendemos que; se no período da lei a mulher com todas as barreiras sociais e éticas teve o seu papel relevante, no contexto da história do povo Hebreu, imaginem no período da graça... Ao observarmos o ministério de Jesus encontramos as mulheres sendo extremamente atuantes e importantes em diversos momentos, desde o seu inicio até o fim. Começando pelo seu nascimento (Lc 1.26-28; 8.2-3; Mt 28.1-7; Mc 14.1-9; 15.40). Ao atentarmos com um pouco mais de esmero e atenção à narrativa do texto de Mateus 28.7 podemos fazer um paralelo e compreender um contraste com o texto do Gênesis 3.6. Ou seja, como foi à mulher quem trouxe a noticia para o homem que lhe causaria a morte, então Jesus disse para uma mulher: Vai e dá a notícia boa. Agora sobre a ressurreição. Jesus também se encontrou com uma mulher samaritana, e através desse encontro a mesma teve a sua vida transformada, além de se tornar uma evangelista. Não obstante ela ser samaritana e de vida duvidosa, mas Jesus disse: é necessário passar por Samaria. Com isso ele quebrou um dos maiores paradigmas daquela época (Jo 4.1-30). Outro ponto importante é que a unção de Jesus foi confirmada por uma mulher (Is 61.1 cf- Mc 14.3). Ora todos nos sabemos que quem dá a unção é Deus, mas é necessário que os homens confirmem (Ef 4.11-12). Se na eternidade Samuel tiver a oportunidade de dizer: eu ungi a Saul e a Davi... Maria vai poder dizer: Eu tive o privilégio de ungir ao Senhor Jesus. Logo estamos vendo a importância das mulheres no ministério! É por isso que Ele fez um voto de Nazireu, mesmo não sendo um e que não o quebrou nem no momento de sua maior dor (Mt 26.29; Mc 15.23). Lembrando que o vinagre era usado como um atenuante da dor...  E quando estudamos um pouco o ministério dos apóstolos encontramos muitas mulheres atuando de forma muito efetiva em todos os âmbitos. Inclusive muitos eruditos estão de pleno acordo que Júnia que era prima do apóstolo Paulo foi uma apóstola mulher (cf- Rm 16.7). É claro que não é possível esgotar o assunto apenas em um artigo, mas vejamos mais algumas mulheres que foram extremamente atuantes e notórias, inclusive no ministério do ensino como Priscila que segundo a tradição foi responsável pelo discipulado na igreja de Éfeso juntamente com Áquila e Apolo (cf- At 9.36; 12.9; 16.13-15; Rm 16.3-16).

                                Considerações finais

Quero no epílogo deste simples artigo dizer que não sou o dono da verdade, mas tenho como único objetivo contribuir para o crescimento do Reino de Deus. Logo afirmo! Com embasamento bíblico muito sólido! Que é necessário termos um bom senso e deixar o machismo de lado, sabendo que as mulheres que são virtuosas podem sim e devem ser atuantes no ministério, o que não significa necessariamente que seja preciso ungi-las a qualquer que seja o cargo, mas elas tem todo o direito e sobretudo a capacidade para exercer qualquer papel na igreja contemporânea com todo o esmero, dedicação e qualidade igual e em alguns casos até melhor do que alguns homens...

A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Crsito em sinceridade! (Ef 6.24). Amém!

 

 

Pastor Mauro Alves. 

  

Janela 10 / 40

A Janela 10/40 é uma faixa de terra que vai do oeste da África até a Ásia. Subindo, a partir da Linha do Equador, fica entre os graus 10 e 40, formando um retângulo..

Na região vive o maior número de povos não-evangelizados da terra, cerca de 3,2 bilhões de pessoas em 62 países. É ali que estão algumas megalópoles de hoje, ou seja, cidades com uma grande concentração urbana como Tóquio (Japão), Calcutá (Índia), Bagdá (Iraque), Bancoc (Tailândia) entre outras. De cada 10 pobres da Terra, oito estão nessa região, e somente 8% dos missionários trabalham entre eles. É nessa faixa que se concentram os adeptos das três maiores religiões não-cristãs do mundo: islamismo, hinduísmo e budismo.

Na maioria dos países dessa região há falta de receptividade aos cristãos e, em especial, aos missionários que ali atuam. A liberdade religiosa, quando existe, é frágil. Há necessidade de missionários, líderes, pastores e escolas de treinamento para os poucos cristãos existentes. Os crentes precisam ser despertados para uma vida de compromisso com Deus. Há poucos obreiros atuando nos países devido à política de restrições quanto a entrada de missionários. A necessidade de tradução da Bíblia é grande. Os crentes sofrem perseguição e correm risco de vida. A saúde e proteção dos missionários é uma necessidade constante na região chamada de Janela 10/40.

 

Antíteses e Catálogo dos Vícios e Virtudes em Gálatas 5,16-26. Uma Chave de Leitura.

Prof. Dr. Odalberto Domingos Casonatto

Em Gl 5,16-26 Paulo tenta persuadir os cristãos da Galácia a seguirem o Espírito do Senhor Jesus Cristo e a não se deixarem influenciar pelos judaizantes. A força de seu discurso vem do gênero literário da antítese e do catálogo dos vícios e virtudes. Interpretar o texto segundo estas chaves de leitura é o caminho mais fácil para a compreensão do pensamento paulino.

Antes de abordarmos as antíteses e o catálogo dos vícios apresentamos uma tradução do texto e elementos para a compreensão da estrutura de Gl 5,16-26.

A tradução do texto Gl 5,16-26

16Ora, eu digo, caminhai segundo o Espírito e não satisfazeis o desejo da carne.

17De fato, a carne tem desejos contrários ao Espírito e, por sua vez, o Espírito contra a carne, de fato estas coisas se opõem uma contra a outra, a fim de que não façais o que quereis.

18Se, portanto, sois guiados segundo o Espírito, não estaís sob a lei.

19Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: fornicação impureza, libertinagem,

20idolatria, feitiçaria, inimizades, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdías, divisões,

21invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: aqueles que praticam tais coisas, não herdarão o Reino de Deus.

22Ao contrário, o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,

23mansidão, autodomínio. Contra tais coisas não existe lei.

24Ora, os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos.

25Se vivemos segundo o Espírito, sigamos também caminhando segundo o Espírito:

26Não sejamos cobiçosos de vanglória, provocando-nos uns aos outros e invejando-nos uns aos outros.

Observações sobre a estrutura de Gl 5,16-26

A estrutura que utilizamos no estudo da perícope 5,16-26 é a estrutura concêntrica, (Martinez Peque, 1984 p. 110-111) que nos indica a temática escatológica do texto.

1. Estrutura concêntrica de Gl 5,16-26

A dimensão escatológica do comportamento cristão no caminhar segundo o Espírito.

Fórmula introdutória

16aOra, eu digo,

 

A. Caminhar segundo o Espírito

a) Convite a caminhar segundo o Espírito e não segundo a carne

16bCaminhai segundo o Espírito e não satisfazeis o desejo da carne.

b) A antítese carne – Espírito

17De fato, a carne tem desejos contrários ao Espírito e, por sua vez, o Espírito contra a carne, de fato estas coisas se opõem uma contra a outra, a fim de que não façais o que quereis.

a’) Efeitos do caminhar segundo o Espírito (inclusão de forma e conteúdo)

18Se, portanto, sois guiados segundo o Espírito, não estais sob a lei.

 

B. Antítese entre as obras da carne e o fruto do Espírito

a) As obras da carne (catálogo dos vícios)

19Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são:

Fornicação, impureza, libertinagem,

20idolatria, feitiçaria, inimizades,

rixas, ciúmes, ira,

discussões, discórdias, divisões,

21ainvejas, bebedeiras, orgias

e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno,

b) Herança do Reino de Deus (centro escatológico)

21bcomo já vos preveni: aqueles que praticam tais coisas,

21cnão herdarão o Reino de Deus.

a') O fruto do caminhar segundo o Espírito

22Ao contrário, o fruto do Espírito é:

amor, alegria, paz,

longanimidade, benignidade, bondade,

fé, 23mansidão, autodomínio.

Contra tais coisas não existe lei.

A'. Conclusões parenéticas

24Ora, os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos.

25Se vivemos segundo o Espírito, sigamos também caminhando segundo o

Espírito:

26Não sejamos cobiçosos de vanglória, provocando-nos uns aos outros e invejando-nos uns aos outros. (Pitta, 1992, p.139)

2. A unidade da perícope

A unidade da perícope Gl 5,16-26 vem de vários elementos como o vocabulário, as conexões da forma de conteúdo, dos paralelismos, dos quiasmos, das antíteses etc. Nós ressaltamos no momento apenas o vocabulário como chave de leitura importante do texto.

2. 1. O vocabulário

A unidade da perícope baseia-se no vocabulário que é de particular interesse, pois apresenta as palavras-chave para entender a perícope. Em particular encontramos as palavras Espírito e carne repetidas várias vezes:

 

- Espírito - 16; 17; 18; 22; 25; (x2)

- Carne - 16;17; 17b; 19; 24

- Lei - 18; 23

- Desejo - 16;  24

- Desejar - 17

- Caminhar - 16

- Conduzir - 18

- Seguir - 25

3. As antíteses, sua definição e seu uso no epistolário paulino

A antítese é a contraposição de dois pensamentos de variável extensão literária (Lausberg, 1987, p.209-218), ou ainda, a oposição de sentido entre dois termos ou duas proposições. Essa oposição pode ser aquela dos termos contraditórios ou aquela dos contrários, mas ocorre, sobretudo por meio desta (Nelis, 1948, p. 360-387)

O emprego da antítese era muito difundido tanto entre os gregos como entre os hebreus. Sabemos que a poesia hebraica se baseia muito no paralelismo, sobretudo, nos escritos a partir do Exílio, certamente influenciados pelo helenismo. Nos livros da Sabedoria, Provérbios ou Salmos, podemos dispor os versículos em dípticos e, com frequência, sob forma de paralelismo antitético. Da mesma maneira, nos escritos da Comunidade de Qumran aparecem antíteses (por exemplo: luz e trevas). O uso das antíteses entre os gregos era por razões puramente formais, para jogar com as palavras, combinando-as ou opondo-as, por motivo de harmonia. Os hebreus, ao contrário, amam à repetição. Assim, o paralelismo dos conceitos é de origem semítica, enquanto que os gregos, mais reservados no seu uso, limitam-se ao paralelismo de palavras.

Está no próprio temperamento de Paulo o uso das antíteses na exposição de seu discurso. A oposição de dois conceitos ajuda a manter a atenção dos ouvintes e dá-lhes a possibilidade de concluírem qual é a parte correta. Assim, encontramos no discurso de Paulo as antíteses: luz-trevas, Cristo-Adão, carne-Espírito, graça-pecado, fé-lei, liberdade-escravidão, etc. Na perícope de Gl 5,16-26 o gênero literário da antítese possui uma grande importância. Paulo quer persuadir os Gálatas sobre o valor do viver segundo o Espírito. Utilizando repetidamente antíteses na perícope, contrapõe carne e Espírito, catálogo dos vícios e virtudes, obras da carne e fruto do Espírito para na conclusão salientar as vantagens de caminhar segundo o Espírito. Notificamos que, na oposição entre o Espírito de Deus e carne, entende-se "carne" por toda humanidade pecadora. No mundo grego este tipo de antítese apresentava-se sob a forma de matéria - espírito, com sentido diverso, de acordo com o sistema que a abordava.

Uma vez que esta maneira de apresentação era muito usada no mundo helenista, nos escritos do judaísmo helênico bem como na literatura do Antigo Testamento, Paulo, sem dúvida, na condição de judeu e conhecedor da literatura de seu tempo, empregou este gênero literário. A noção “carne e Espírito” encontramos tanto no helenismo como no judaísmo, com significados diferentes daquele simplesmente literal. Sem dúvida que Paulo, como profundo conhecedor do Judaísmo, conheceu esta antítese carne - Espírito, revestindo-a com um significado próprio além daquele que essa já possuía. Paulo não procura identificar homem com carne ou com Espírito. Nem mesmo faz uma tentativa de colocar os dois juntos formando o homem (conf. dualismo corpo-alma em Platão). O homem em si mesmo é distinto da carne e do Espírito, isto é, pode viver segundo a carne ou viver segundo o Espírito. Mas para Paulo existe uma só forma de conduta cristã: caminhar segundo o Espírito (5,16).

Na perícope 5,16-26 encontramos diversos conceitos paulinos apresentados em forma antitética: carne, Espírito e lei. Observa-se com frequência nos escritos de Paulo que ele utiliza antíteses com a finalidade de enunciar seus princípios teológicos. Brunot muito bem o expressa: “É uma necessidade de sua inteligência, na abordagem de um problema, opor dois mundos, duas idéias, duas realidades. Espírito e carne apresentam-se com esta forma. Uma antítese chama outra, formando parte de um conjunto do pensamento e da apresentação do argumento”.

4. O catálogo dos vícios e virtudes

Catálogos de vícios e virtudes, encontramos tanto na ética pagã da antiguidade quanto no judaísmo, bem como no Novo Testamento. Já no século IV a. C. conheciam-se exortações semelhantes aos catálogos dos vícios e virtudes em documentos extra-bíblicos. Nas escolas estoicas (Sêneca e Epíteto) aparecem certas enunciações de caráter geral com referência a obrigações pessoais. Entretanto, o caráter geral dessas formulações leva-nos a pensar que a origem dos catálogos se aproxime do ambiente judeu-helenístico, vizinho à sinagoga. Fornecem-nos elementos para isso: Flávio Josefo em seu esquema tripartido de exortações a mulheres, crianças e escravos; Filão, em uma lista de atitudes com respeito aos pais, ao cuidado da mulher em casa, à educação dos filhos, etc.

(Textos que podem ser fontes destes catálogos de vícios e virtudes: Filão, Sacr 27 (elenco das virtudes); 32 (dos 146 vícios); nos escritos apocalípticos pré-cristãos: Test Ben 6,4; Tes Rub 3,2; ou na época neotestamentária, Ass Mos 7, da Comunidade de Qumran,1 QS 4,2-6, 9-11; 1 QS 3,20-21)

Na Bíblia, encontramos com muito maior frequência listas de pecados e vícios do que de virtudes. Essas listas certamente têm origem na legislação judaica e, em forma particular, no decálogo. Os catálogos neo-testamentários não apresentam um quadro homogêneo. Entretanto, na literatura paulina encontramos um determinado grupo de virtudes e de vícios que se repetem com frequência (No Novo Testamento encontramos oito grupos de virtudes (Cl 3,12; Ef 4,2; 5,9; Gl 5,22; 1 Tm 4,12; 6,11; 2 Pd 1,5-7) e 18 listas de vícios (Mc 7,21-22; Rm 1,29-32; Rm 13,13; 1 Cor 5,10-11; 1 Cor 6,9-10; 2 Cor 12,20-21; Gl 5,19-21; Ef 5,3-5; Cl 3,5.8-9; 1 Tm 1,9-10; 2 Tm 3,2-5; Tt 3,3; 1 Pd 2,1; 1 Pd 4,3 Ap 21,8; 22,15).

Em referência à lista de 5,19-23, tudo indica que, quanto à forma, ela se aproxima daquela dos moralistas populares do mundo helênico de seu tempo e, quanto ao conteúdo, se assemelha à lista de vícios e virtudes, encontrada na Bíblia. Em Dt 30,15-19 lemos: “Eis que hoje estou colocando diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a infelicidade...”; Jr 21,8-9: “E a este povo dirás: ‘Assim disse Iahweh: Eis que vou colocar diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte’...”; 1 Rs 18,21: “Elias, aproximando-se de todo o povo disse: Até quando claudicareis das duas pernas? Se Iahweh é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o”; Ecl 15,17: “Diante dos homens está a vida e a morte, ser-te-á dado o que preferires”. Também na literatura extra - bíblica encontramos exemplos disso (1 QS 3,13 - 4,2).

Para concluir, podemos afirmar que Paulo, na exposição de sua argumentação ao interno da perícope Gl 5,16-26, utiliza o gênero literário das antíteses e da lista dos vícios e virtudes, destacando-se em forma saliente o contraste entre Espírito e carne. Esta maneira paulina de argumentar era muito comum em sua época, em particular na diatribe dos estoicos. O catálogo dos vícios e virtudes tem sua origem, provavelmente, na filosofia helênica e sofreu transformações ao passar ao judaísmo helênico. O texto de Gl 5,16-26 mostra que esta perícope tem seu “Sitz im Leben” na catequese da comunidade primitiva, comprovada no versículo 21. Segundo Vögtle, o versículo 21 apresenta o caráter de uma fórmula fixa, tanto quanto ao conteúdo como à maneira em que vem apresentada.

Referências:

Lausberg H., Elementi di retorica. Introduzione all'edizione italiana di Santini L. R. (La scienza della persuasione) (StLCL), tradução do alemão de Santini L. R., 9ª ed., Bologna 1987, 209-218. Lausberg apresenta um exaustivo estudo com respeito a esta figura literária, sua definição e um vasto número de exemplos vindos do mundo greco-romano. Apresenta uma divisão das antíteses em: a) antítese de palavra simples; b) antítese de grupo de palavras; c) antítese em frases.

Martinez Peque M., “Unidade de forma y contenido en Gal. 5,16-26”, EstB 45 (1984) 108

Nelis J., “Les antithèses littéraires dans les épitres de Saint Paulo”, NRTh 70(1948) 360-387.

Pitta A., Disposizione e messaggio della lettera ai Galati. Analisì retorico-letteraria (AnBib 131), Roma 1992, 139.